A catarata consiste na opacidade total ou parcial do cristalino, lente natural do globo ocular, que é responsável pela focalização da visão para perto e para longe. Pode causar uma diminuição progressiva da visão, que na maioria das vezes não consegue ser corrigida pelo uso do óculos. O ofuscamento ao olhar às luzes à noite, imagem borrada e perda da percepção de cores são os principais sintomas.
A catarata atinge quase metade (46,2%) da população mundial com mais de 65 anos. Estima-se que no mundo cerca de 160 milhões de pessoas tenham esta doença, considerada a maior causa de cegueira evitável. No Brasil são 2 milhões e surgem cerca de 120 mil novos casos ao ano.
São vários os fatores de risco que podem provocar ou acelerar o aparecimento de catarata. São eles : medicamentos (esteróides); substâncias tóxicas (nicotina); doenças metabólicas (diabetes mellitus, dentre outras); trauma; radiações ; algumas doenças oculares ; cirurgia intraocular prévia,; infecção durante a gravidez (toxoplasmose, rubéola) e fatores nutricionais (desnutrição).
Pode ser classificada em:
Catarata congênita: presente ao nascimento
Catarata secundária: aparece secundariamente, devido a fatores variados, tanto oculares (uveítes, tumores malignos intraoculares, glaucoma, descolamento de retina) como sistêmicos. Pode estar associada à moléstias endócrinas (diabetes mellitus, hipoparatireoidismo), causas medicamentosas (corticoides tópicos e sistêmicos, cobre, ferro), exposição à radiações actínicas (infravermelho, raios X), traumatismos, entre outras.
Catarata senil: opacidade do cristalino em consequência de alterações bioquímicas relacionadas à idade ( 85% dos casos). Nesses casos, não é considerada uma doença, mas um processo normal de envelhecimento.
Não existe tratamento clínico para a catarata. A correção cirúrgica é a única opção para recuperação da capacidade visual do portador de catarata senil. É indicada quando a diminuição visual interfere nas atividades normais do paciente, piorando sua qualidade de vida. Uma outra indicação para sua extração é quando ocasiona aumento na pressão intraocular do paciente.Antigamente a cirurgia de catarata era considerada arriscada e era evitada sempre que possível. Havia a necessidade de internação hospitalar por uma semana ou mais e as complicações eram freqüentes, havendo a necessidade de usar um óculos extremamente forte após a cirurgia.Atualmente a
cirurgia é feita em regime ambulatorial com anestesia local de forma personalizada, conforme o perfil clínico e hábitos de cada pessoa.
A técnica cirúrgica mais utilizada para o tratamento da catarata chama-se facoemulsificação em que consiste na remoção do cristalino opaco por fragmentação e aspiração com ultrassom , com posterior implante de uma lente intra-ocular. Tudo isso por uma micro-incisão, na maioria das vezes sem necessidade de pontos. As lentes artificiais
que substituem o cristalino variam de materiais, tamanho, forma e características ópticas. Essa escolha depende da técnica, características oculares e desejo do paciente.
No período de recuperação, é muito importante que o paciente siga todas as orientações de seu médico, usando adequadamente as medicações prescritas e compareça a todos os retornos marcados, para evitar ou mesmo detectar precocemente qualquer complicação.
Geralmente o paciente vai necessitar de óculos após a cirurgia, sendo que o mesmo costuma ser prescrito em torno de 4 a 6 semanas de pós-operatório. Muitas vezes estes óculos são apenas para a visão de perto (leitura).Hoje em dia existem lentes intraoculares , chamadas multifocais, que corrigem o foco para todas as distâncias , melhorando a visão tanto para longe quanto para perto.
Muitas pessoas ainda acreditam que a catarata deve estar “madura” para ser operada. Porém já é comprovado que quanto maior o avanço da catarata, maiores são as chances de complicações cirúrgicas. Isso porque, o cristalino torna-se muito rígido e duro a ponto de que em alguns casos ser necessário recorrer à técnica cirúrgica
antiga , chamada de extracapsular, uma técnica que exige uma grande incisão para a retirada da catarata, com pontos cirúrgicos, o que acarreta um retardo na recuperação da visao.
Portanto, consulte seu oftalmologista regularmente, somente ele poderá diagnosticar e tratar as doenças oculares, e no caso de catarata, indicar o melhor momento para realização da cirurgia.